Monday, October 30, 2006

NÃO VOTEI

Estou em trânsito interno.
Meu coração ainda não digeriu
não entendeu, não aceitou.
Não tive coragem de me trair.
Não acompanhei a velocidade da modernidade,
da insensibilidade,
do perdão ao desrespeito à população.
Não quero mentir.
Penso e não desisto.
No Brasil só se compara com o pior.
Não se pode sonhar.
A referencia está longe,
O que faz pouco, ainda é o melhor.
Não se deveria negociar com crianças, educação é obrigação
assim como o feijão
e muita diversão.
Meus pés atrasavam minha votação.
Eu corria, mas pesava meu violão,
parecia q eu tinha raizes no chão.
Levei minha mãe para votar.
Observei o mundo.
Penso poesia,
sou filosofia.
Poeta sofre.
Estou fora do tempo.
Ou será que o tempo é que está fora de mim?
Não gosto que brinquem com sentimento.
A partir de agora,
só acredito no canto do Uirapurú.
BRita, 29 de outubro de 2006.

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